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Por que devemos nos preocupar com a nossa alimentação?

por Talissa Monteiro – Jornalista e Ex Aluna IEPR

Já falamos sobre as culturas regenerativas por aqui. Agora, vamos aprender um pouco sobre como ela pode se manifestar na prática. Escolhi começar pela alimentação porque todos nós comemos. Pelo menos três vezes ao dia (para aqueles que têm condições) vamos nos deparar com a escolha do que colocar no prato. Talvez o que te guie nesta escolha seja a praticidade, talvez a estética, a saúde, o prazer, ou isso tudo junto. Mas aqui vamos falar de um outro princípio que pode nos orientar: a saúde do planeta e das pessoas envolvidas na produção de alimentos.

Você pode não ter consciência disso (ainda), mas cada vez que escolhe o que vai comer, está escolhendo junto a regeneração ou a degradação do solo, o desmatamento ou a preservação da Amazônia, além da exploração ou vida justa para os trabalhadores rurais. Muito se fala dos orgânicos hoje em dia. Há poucos anos, a maioria nem se preocupava com isso. Mas o que começou com uma busca pela saúde individual ao não consumir agrotóxicos, se tornou também uma preocupação com o planeta. E a forma de cultivar um alimento tem muito a ver com isso.

Ao olhar uma floresta, por exemplo, especialmente a tropical, dona da maior biodiversidade do mundo, não se vê uma monocultura (uma única espécie cultivada em determinado espaço). Na verdade, vemos o oposto disso: uma profusão de espécies diferentes vivendo juntas e se ajudando. Portanto, a lógica que a agricultura convencional segue vai contra à lógica da natureza. No entanto, olhando para a inteligência da terra e se inspirando na forma como povos antigos produziam seus alimentos, diversos grupos no mundo escolheram contribuir com o solo por meio da agrofloresta, uma forma regenerativa de agricultura que combina a produção de alimentos com o crescimento da floresta. Ou seja, árvores, frutos, raízes vivem em grupo, combinando suas habilidades e contribuindo para os seus crescimentos e a saúde do solo.

Mas você deve estar se perguntando qual é, exatamente, o problema de uma monocultura. Pense em plantas como o café ou o eucalipto que, quando plantadas sozinhas, exigem muito do solo e acabam tornando o local infértil em algum tempo. Em sistemas agroflorestais isso não acontece, pois elas estão com conjunto com outras plantas que devolvem para a terra o que tiram e vice-versa. Além disso, nesse tipo de cultivo se respeita os ciclos da natureza. Sabe aquele papo de “alimento da época”? Então, ele é muito importante para uma alimentação que ajude o planeta. Consumir o que é da época significa maior chance de consumir um alimento sem venenos e contribuir para uma agricultura que respeite o tempo de recuperação do solo.

Além disso, é preciso se preocupar também com as pessoas envolvidas neste processo. Em 2019 no Brasil, mais de mil pessoas foram resgatadas de trabalhos com condições análogas à escravidão. Deste número, 87% vinha de trabalhos no meio rural, como do cultivo de café, milho e gado para corte. É difícil saber exatamente que tipo de prática estamos apoiando quando compramos apenas de grandes empresas. São elas também as maiores responsáveis pelo desmatamento da Amazônia (80%). A maior parte produz soja, milho e carne para exportação. Já a agricultura familiar é a responsável por 70% do que chega aos nossos pratos. Por isso, é tão importante apoiar os pequenos produtores. Vou deixar aqui algumas dicas para uma alimentação mais regenerativa:

  • Consuma local, sempre que puder. Compre na hortas de bairro, pequenos produtores e grupos de populações vulneráveis da sua cidade (em Quatis, temos o Quilombo de Santana e o Assentamento Irmã Dorothy)

  • “Descasque mais e desembale menos”, pela sua saúde e pela do planeta

  • Prefira produtos com selo de produção agroflorestal/agroecológica

  • Considere se tornar vegetariano ou ficar, pelo menos, um dia sem carne na semana (a agropecuária é a maior responsável pelo desmatamento no Brasil)

  • Prefira alimentos orgânicos quando possível

  • Consuma verduras, legumes e frutas da época

  • Faça uma horta em casa e aprenda mais sobre os ciclos da natureza

  • Durante as refeições, tente se conectar com todos que participaram da produção daquele alimento e se sinta grato (a) por isso

Dica de filme: O documentário Solo Fértil (Kiss the Ground) disponível na netflix mostra como nossas práticas agrícolas estão destruindo o solo do planeta e as opções para regenerá-lo.

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