Ícone do CTA Fale conosco
Logo IEPR – Instituto Educacional Porto Real
Fale conosco

Mas o que eu tenho a ver com isso?

por Talissa Monteiro – Jornalista e Ex Aluna IEPR

Se você leu o texto da semana passada, talvez tenha se feito esta pergunta. Ou já tenha entendido que todos nós temos um papel a desempenhar para reverter a crise que estamos vivendo. Em um primeiro momento, pode parecer coisa demais para ser resolvida e bater aquela sensação de que se é muito pequeno para dar conta de tudo. É mais do que natural sentir isso quando você olha para os problemas do mundo: guerras, crise climática, desastres naturais, pandemias… Ufa! Quem sou eu para mudar alguma coisa?

Diante dessa sensação, é comum que as pessoas se anestesiem e prefiram não olhar para os problemas ou, então, que apostem em uma positividade extrema e descolada da realidade. E veja bem, não é um problema ser positivo. Ao contrário, o sentimento de gratidão, por exemplo, tem a capacidade de reduzir as emoções tóxicas e aumentar a sensação de felicidade, segundo um especialista no assunto, o psicólogo americano Robert A. Emmons. No entanto, todos nós sabemos que a vida não é feita só de alegria e não se parece com uma linha reta. Mas é uma trajetória cheia de altos e baixos. Por isso, ficar só na polaridade da alegria é ignorar uma parte fundamental da experiência humana: a tristeza.

Ao olhar para os problemas do mundo, a tristeza bate fundo e, ao invés de ignorá-la, é preciso acolher essa dor e depois usá-la para alguma transformação. Todas as mudanças que fazemos, seja enquanto indivíduos ou coletividade, é impulsionada pela insatisfação. Se não acharmos que algo pode melhorar, nada faremos para isso. A ecofilósofa Joanna Macy, em seu projeto Trabalho que Reconecta, traz a proposta de gastar um tempo olhando para o que achamos que está errado no mundo, observar o sentimento que surge e depois honrá-lo para que ele se liberte e você possa agir a respeito. F

É neste lugar que percebemos nossa interdependência, estamos todos conectados. O sofrimento de um é o sofrimento de todos. Mas por onde começar? Você pode fazer perguntas simples para si mesmo: quando imagino o futuro que deixaremos para os nossos filhos, eu me sinto? um dos meus piores temores em relação ao futuro é? os sentimentos que carrego sobre isso (algum problema) são? Escreva ou fale sobre. Quando os nossos medos vêm à tona, eles perdem a força e nos sentimos mais capazes de agir.

Apesar da tristeza ser importante, se não sairmos dela, não há ação. É preciso seguir adiante. Depois de reconhecer o que te dói, é hora de agir e pensar quais os pequenos passos que você pode dar para contribuir para uma causa que te toca. Por exemplo, se você se preocupa com o lixo, que tal começar uma compostagem caseira com seus resíduos orgânicos ou organizar um mutirão para limpar um rio da sua cidade? O filósofo Baruch Espinoza diz que agir em prol de algo que acreditamos, aumenta a nossa sensação de potência (de que podemos fazer mais) e, consequentemente, continuamos agindo impulsionados por essa sensação. Tente lembrar algum momento que você realizou algo em prol de alguém ou trabalhou em comunidade e lembre como se sentiu.

Por fim, é importante entender que ninguém faz nada sozinho e que a mudança não acontece de um dia para o outro. Quando bate o sentimento de impotência ao olhar para a crise mundial, é porque você está se imaginando resolvendo tudo aquilo sozinho e de uma vez só. E não é assim que acontece. As mudanças são estruturais, acontecem na pequeneza do nosso dia a dia, mas são consistentes e, aos poucos, têm o poder de transformar a forma como toda uma sociedade pensa. Um exemplo disso é a repercussão que a alimentação saudável ganhou nos últimos anos. Vegetarianismo, veganismo, alimentos orgânicos… essa conversa se restringia a grupos pequenos. Hoje, dificilmente, você leitor não conhece alguém que se preocupe (inclusive essa que vos fala) com essas questões.

Também não há nenhuma chance de mudança se não trabalharmos juntos para isso. A diversidade da nossa espécie, assim como nas outras, é o grande trunfo para possibilitar a sobrevivência humana. Os diferentes interesses, habilidades e histórias de vida ampliam a atuação. Há aqueles que se dedicam aos animais de rua, os que protegem a floresta, os que cuidam das pessoas em situações de vulnerabilidade, aqueles que auxiliam para o fim de uma guerra. O mais importante não é resolver tudo, mas é descobrir onde você pode usar seus talentos e sua paixão para transformar alguma coisa. Acredite, aquilo que você tem para dar e que surge do fundo do seu coração é exatamente o que o mundo precisa.

Fale conosco

 

Direção

hilda.direcao@iepr.com.br

Financeiro

fernando@iepr.com.br

Secretaria

secretaria@iepr.com.br

Ensino Médio

gilberto.borba@iepr.com.br

Ensino Fundamental - Anos Finais

gilberto.borba@iepr.com.br

Ensino Fundamental - Anos Iniciais

rosane@iepr.com.br

Educação Infantil

rosane@iepr.com.br

Orientação Edcacional

camila.lopes@iepr.com.br

Recursos Humanos

rh@iepr.com.br